A mostra “Rio do Samba: resistência e reinvenção” acontece no Museu de Arte do Rio (MAR) até o final do ano. A exposição conta a história do samba carioca e apresenta cerca de 800 itens que relembram aspectos sociais, culturais e políticos do mais brasileiro dos ritmos.
Ao chegar na exposição, o público pode conferir uma instalação de Jaime Lauriano, que gravou os nomes das etnias africanas escravizadas no Brasil nas pedras portuguesas. A passarela que leva à sala de exposições possui letras de música sobre o samba, ambientada sonoramente pelo instrumentista e compositor Djalma Corrêa. O terceiro andar do museu recebeu uma instalação interativa criada pelo artista Ernesto Neto em parceria com Leandro Vieira, carnavalesco da Mangueira.
Em outros espaços, o público pode conferir obras de Candido Portinari, Di Cavalcanti, Heitor dos Prazeres, Guignard; fotografias de Marcel Gautherot, Walter Firmo, Evandro Teixeira, Bruno Veiga e Wilton Montenegro; gravuras de Debret e Lasar Segall; parangolés de Helio Oiticica, e uma instalação de Carlos Vergara feita com fantasias.
Um dos curadores da mostra, o sambista e pesquisador Nei Lopes, explica que o trabalho foi baseado em seu Dicionário da História Social do Samba. O livro foi feito em parceria com Luiz Antônio Simas, vencedor do Prêmio Jabuti em 2015. “O livro abrange o samba de maneira não convencional. Não se restringe ao ambiente carnavalesco ou à escola de samba, mas abrange todo o universo do ritmo como a fonografia, a indústria, o disco, a televisão e o rádio. Mostra toda a evolução histórica do samba em 100 anos de vida ativa contra tudo e contra todos os problemas”, disse.
Núcleos
A mostra está dividida em três partes. A primeira, chamada “Da herança africana ao Rio negro” apresenta a trajetória de indivíduos que vieram de diversas nações africanas ao Brasil. São histórias que trazem a diversidade cultural que foi reinventada na colônia portuguesa no país. Mulheres que tiveram papel central no surgimento do samba na zona portuária da cidade estão entre os destaques da primeira parte.
O segundo espaço “Sobre a Praça XI e As Zonas de Contato” aborda a expansão do centro urbano para os subúrbios, a marginalização dos sambistas, o desenvolvimento do ritmo moderno, o nascimento das escolas de samba e a nacionalização como identidade do país.
Já o terceiro núcleo, intitulado “Samba Carioca”, apresenta a transformação do samba em espetáculo e o processo de retomada das origens por meio dos ritmos derivados do samba, a reafricanização, a revitalização da Lapa e a oficialização do samba como patrimônio cultural imaterial do país.
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Fonte: Agência Brasil